Desmontagem de mitos sobre cozinhar em micro-ondas
- 13 Maio 2022
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Com a utilidade que tem e os receios que por vezes gera! De acordo com o INE, o micro-ondas está presente em quase 86% das habitações espanholas. E não é estranho para nós: a sua versatilidade e comodidade para o dia a dia convertem-no num pequeno eletrodoméstico ideal para equipar a cozinha.
Todos ouvimos alguma vez dizer que cozinhar no micro-ondas acarreta certos riscos, por emitir radiações nocivas. Felizmente não há razão para preocupações! As ondas emitidas são eletromagnéticas de alta frequência e atuam em determinadas moléculas polares da água, gorduras e açúcares, pelo que a composição química dos alimentos não é alterada de forma diferente do que acontececom as restantes opções de aquecimento (cozer, estufar, etc.).
E… O que são as moléculas polares? São as que têm numa parte uma maior densidade de cargas negativas, enquanto a outra extremidade tem uma maior carga positiva, dando origem a um dipolo elétrico. O micro-ondas faz uso destas cargas para as mover, provocando choques com outras moléculas, gerando calor e nenhum efeito nocivo ou destrutivo.
Por outro lado, é verdade que o micro-ondas não aquece todos os alimentos de forma homogénea, dado que isso depende da composição dos mesmos. Os ingredientes com menos água (ou outro componente com moléculas polares), como o azeite ou o arroz, cozem-se mais lentamente porque, pelo facto de conterem uma quantidade mais reduzida destas, não se podem mover facilmente para se distribuírem de forma equitativa.
Sendo assim, deve-se aquecer todo o tipo de alimentos? O micro-ondas, embora seja seguro para a nossa saúde e prático no nosso dia a dia, deve ser evitado quando se deseja processar dependendo do tipo de ingredientes por eventuais perdas do valor nutricional dos mesmos.
– Arroz: Contém uma bactéria altamente resistente às altas temperaturas e poderia ocorrer um problema de segurança alimentar.
– Brócolos e espargos: Estes perdem uma grande quantidade das suas propriedades nutricionais quando são aquecidos.
– Ovos cozidos: A humidade que têm faz com que, quando se reaquecem os ovos, seja criada uma acumulação de calor que faz com que funcionem como uma panela de pressão. Isto deve-se ao facto de a clara ter muita água e a gema muita gordura concentrada, pelo que seria melhor optar por outro método ou cortar o ovo em pedacinhos para se evitar este efeito.
– Leite materno: Poderia ocorrer o problema da homogeneidade e de algumas partes do leite estarem frias ou à temperatura ambiente e outras excessivamente quentes.
– Frango: Outro alimento que é afetado pela falta de homogeneidade ao aquecer, dado que contém mais bactérias do que as outras carnes e por ser a mais contaminada enquanto crua, pelo que uma cozedura ineficaz poderia provocar problemas de toxicidade alimentar.
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